O bom-mocismo do atual prefeito paulistano, o petista Fernando Haddad, o leva a crer ser possível disciplinar, civilizar e humanizar uma cidade com 11.253.503 de habitantes.
Doce ilusão!
MALDADE EXPLÍCITA CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DE HADDAD
A “paulicéia desvairada” – das suas elites a seus moradores de rua – ainda pensa a maior cidade do país como um feudo cafeicultor, capaz de, ainda, importar prostitutas do leste europeu e atrair espertalhões e aventureiros de todos os cantos do planeta.
É o palco ideal para o avanço do capitalismo primitivo by bandeirantes, onde, ainda, se pode enriquecer (ou pelo menos se sonha com isso) “duela a quien le duela”.
Antipatias
Se as ciclovias pintadas de vermelho estão espalhadas por cidades importantes e densamente povoadas em todo o planeta (sob aplauso geral das suas populações), em São Paulo a sua réplica é coisa de um comuno-petista que teima em tirar os espaços de carros e inibir “o direito de ir e vir das pessoas” (dentro dos carros, obviamente).
Se diminuir a velocidade em vias, como as marginais paulistanas, funciona em outros países (neste caso também sob aplauso geral das suas populações), em SP isso é encarado igualmente com uma inibição do “direito de ir e vir das pessoas” (dentro dos carros, obviamente) e mais uma complicação para o já complicadíssimo e caótico trânsito local.
Nem o bom exemplo de Londres, que reduziu em algumas vias a velocidade para coisa de 35 km/h (lá isso é medido em milhas), comove gregos & troianos, baianos & corintianos.
Embora não seja de sua alçada, imagina-se o que aconteceria com Haddad se ousasse despoluir pra valer os “rios” Tietê e Pinheiros. Deveria se refugiar, como fez um de seus antepassados, no mosteiro de São Bento para fugir da fúria plebeia?
É provável!
Desurbanização
Gestores e geógrafos detestam a ideia, para eles inoportuna, inadequada e inviável, mas a única saída para disciplinar e dar qualidade de vida às suas populações é desurbanizar as grandes cidades, o que quer dizer: forçar, via leis e impostos pesados, a diminuição de seus tamanhos.
A ideia é elitista?
Pode até ser. Mas é melhor ficar com um elitismo, que com as milhares de pessoas sofrendo e morrendo graças aos “ganhos civilizatórios” da poluição, e enlouquecendo diariamente com o caos de seu trânsito, que extrapola para comportamentos insanos e esquizofrênicos do cotidiano para além das vias públicas (e vice-versa).
Que apenas em seu tempo Haddad não conseguiria concluir uma empreitada desse porte isso todos nós sabemos.
Mas alguém tem de começar. E por que não ele?
“Duela a quien le duela”.