Não se sabe se esta é a maior crise econômica de toda a história brasileira, mas muita coisa indica que poderá ser sim.
Números chocantes se espalham pelas nossas mesas diariamente, ao ponto de levar o próprio Palácio do Planalto a falar na possibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff ano que vem (veja aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1713718-para-governo-federal-recessao-traz-risco-de-ruptura-no-proximo-ano.shtml).
Se tudo, desde o janeiro passado, estava “demorando em ser tão ruim”, o terceiro trimestre de 2015 foi péssimo e o quarto promete ser pior ainda (veja aqui: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/12/1713719-indicadores-projetam-deterioracao-do-pib-ainda-maior-no-4-trimestre.shtml).
O governo brasileiro até agora não conseguiu dar rumo ao ajuste fiscal (refém como está das escaramuças no Congresso Nacional e da sua própria tibieza) e nem conseguiu colocar um freio na gastança governamental que jogou a dívida pública para a estratosfera.
Gastança generalizada que vem de longe, mas agravada nos governos petistas de Lula e de Dilma (veja aqui: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/viniciustorres/2015/12/1713188-crimes-e-castigos-do-capital.shtml).
A saída-avestruz encontrada pelo partido do governo foi culpar a crise política, como se a primeira (a econômica) fosse decorrente da segunda (a política) e não o contrário, como efetivamente é.
Veja aqui: http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/Nao-havera-mea-culpa-da-velha-midia-brasileira-frente-a-crise-atual-/12/34803, aqui: http://www.pt.org.br/patrus-culpa-a-imprensa-por-inflar-crise/ e aqui: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2015/08/22/na-teve-lula-e-dilma-falam-da-crise-sem-culpa/.
Dar o peixe
Vai sobrar, não tem como, para os chamados programas sociais do governo federal.
Por lá também a gastança foi generalizada, como se o governo federal tivesse como gastar tanto.
Não tinha e não tem. Está aí o resultado.
Numerologia
Repararem no gráfico acima (apenas parcial) da Folha de São Paulo, de hoje.
Com realce em traço vermelho para as importações/exportações brasileiras.
As importações (neste 2015) caíram 30% e as exportações “apenas” 12,4%.
Assim desavisadamente parece uma boa coisa, posto indicar que o “superávit” será maior.
Certo? Errado!
O país depende fundamentalmente das importações de tecnologia e de produtos acabados, que não temos capacidade de produzir.
Um dia desses, uma moça-militante dessas, que ainda se pauta pelos tempos das reuniões do DCE de sua escola de terceiro grau, pelas reuniões do partido e pelos textos dos blogueiros (in)dependentes me chamou de “sociopata”, após eu criticar e contestar a postagem de uma “compa” (ou seria compx?) que remetia a culpa pela crise para essa gente ignorante que “vota na direita”, para o Moro, para o Cunha, para o PIG (sic) e sabe-se lá para mais quantos outros culpados, exceto, óbvio, o partido do governo e os governos recentes do partido.
Estamos ficando cada dia mais pobres e mais idiotas e mais estúpidos e mais desinformados.
É a crise, que agora corrói cérebros que foram preparados e educados para pensar, mas não pensam.
É a crise, é a crise, é a crise, assim como as Águas de março fecham o verão.
afalaire 