
A fala da presidente Dilma Rousseff, logo após a manobra de Cunha, foi um desastre. Um desastre tosco e que deveria ser evitado, mas, ao contrário, provocou panelaços, buzinaços e uma ou outra manifestação (pequena, é correto dizer) de rua.
A presidente resolveu atacar o presidente da Câmara com um discurso ressentido, esquecendo-se do que está no teor do pedido de impeachment que são as suas (supostas) irregularidades.
Reproduzo, a respeito do pedido de impeachment, o que havia escrito momentos antes nos meus perfis sociais:
[IMPEACHMENT – O I TEM PINGO? ENTÃO PONHAMOS OS PINGOS NOS IS
Niqui está embasado o pedido de impeachment?
Pedaladas fiscais, manobra fiscal, omissão nas irregularidades na Petrobras, segundo mandato como continuidade do primeiro (segundo os argumentadores).
E daí, tudo isso?
COMEÇANDO PELO FIM. Segundo mandato não é continuidade do primeiro coisa nenhuma. Tanto assim que por quase uma hora quem dirige o país é o presidente do Congresso (na cerimônia de posse).
Ela sai e volta, como saíram e voltaram FHC e Lula.
Pedaladas fiscais e manobra fiscal não se configuram crimes de responsabilidade.
Omissão nas irregularidades na Petrobras está em um momento em que Dilma não era presidente.
Ela não pode ser responsabilizada, durante o mandato, por atos anteriores ao mandato.
No meio desse rolo todo, crime de responsabilidade se caracteriza por ato intencional da presidente.
Tá onde isso?
De qualquer forma, o processo de impeachment é um processo POLÍTICO, tem nada a ver com JUSTIÇA.
Vai dar um rolo dos diabos, agravar a crise econômica e gerar um tititi danado.
Tenho que, ao final, não dá em nada. Pode dar em infarto, pelo menos. Mas vamos ver.]
ANTECEDENTES – No texto anterior deste blog Os erros grosseiros de comunicação do Partido dos Trabalhadores havia dito que:
[O tempo se passou e a estratégia (equivocada) se manteve a mesma, e até se intensificou a partir da reação das oposições derrotadas ano passado e da deflagração da Operação Lava Jato.]
e
[Aparentemente dentro do partido (e do próprio governo) ninguém parou para pensar que versões peculiares e não sustentáveis, contadas várias vezes, não se transformam em verdades, mas sim em falsidades desproporcionais e enormes.]
. . . . . . . . . . . . .
[À militância, insuflada pelos diretórios do partido (regionais e nacional), coube a inacreditável tarefa de eliminar de seus perfis sociais (especialmente do mais popular deles, o Facebook) os chamados coxinhas, quando não nazistas, fascistas etc. e tal.
Ou seja, passaram a falar entre eles mesmos (os militantes) numa espécie de circuito fechado, perdendo, com isso, a capacidade de dialogar (e até de contestar e confrontar) com os opositores de seu partido e de suas crenças.]
Voltando ao Facebook, a título de conclusão:
[Na noite da agonia, Fernando Prass (goleiro do Palmeira na decisão de Copa do Brasil) foi um bocado mais eficiente que a desastrosa fala de Dilma Rousseff.]
Um comentário sobre “Fragmentos pós-apocalípticos de uma quarta-feira apocalíptica”