
Nem a leve recuperação de Dilma Rousseff, nem a rejeição de Lula, nem a (eventual) liderança de Aécio Neves no primeiro turno em 2018 e nem os 22% de Lula são novidades na Pesquisa DataFolha divulgada neste domingo.
Mas esses 22% já começam (ou deveriam começar) a incomodar Luiz Inácio Lula da Silva, isso se realmente ele vier a ser o candidato petista à sucessão de Dilma Rousseff em 2018.
E por que isso? Porque já há quatro pesquisas que ele estacionou nesse índice.
De cara isso quer dizer duas coisas:
– que Lula perdeu o fôlego eleitoral que sempre demonstrou;
– que ele ainda está longe dos históricos 30/32% de votos do PT.
Ao que tudo indica, seu carisma (que, aliás, é bastante grande) arrasta 22% dos votos históricos, mas não convence o restante do eleitorado do partido, mais lúcido e mais crítico.
E chegar aos 30/32% é crucial para o petista avançar e buscar uma nova eleição para a Presidência em segundo turno.
Dilma
A recuperação de Dilma (que um site petista tratou de dizer que se trata de uma reação do eleitorado, o que já está sendo fartamente “socializado” pela militância nas redes sociais) se deu exclusivamente no âmbito do petismo, portanto sem atingir a outra enorme parcela da população brasileira que somada chega a 65%.
Tratou-se de uma malandragem, de uma espertalhice, de uma desonestidade que não ajuda em nada; apenas cria uma ilusão junto àquelas pessoas já naturalmente propensas a aceitar todo tipo de ilusionismo.
Indefinições
De resto, a situação continua bastante indefinida.
Se Lula não sai do lugar, o mesmo acontece com Aécio e Marina.
Aécio, pelo contrário, até perdeu uns pontinhos (coisa de 2 p.p.), o que igualmente, como no caso de Lula, deveria acender uma luz vermelha na sua ansiedade em presidir do país.
Mas como estamos ainda muito distantes do pleito, o que fica é apenas uma coisa:
– para o bem ou para o mal, tanto oposição (no caso Aécio e Marina), como a situação (no caso Lula ou o PT como um todo) estão nas mãos de Dilma Rousseff.
Se Dilma fracassar (impichada ou não, pouco importa) melhor para a oposição (PSDB e Rede).
O contrário, melhor para a situação (PT).
Isso sem perder de vista que o futuro de Dilma está nas mãos do Congresso Nacional e do STF.
E assim entramos em 2016, que deverá ser um ano bastante casmurro.
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