Na minha opinião eu acho que, ou melhor, não acho nada

Armagedon
Armagedom – Crédito da foto: http://www.zastavki.com

Um sujeito me procurou (eu ainda era adolescente) para que eu confirmasse (“achasse”) que o hino nacional brasileiro não era o mais bonito do mundo. Ficava atrás do francês, que, no seu achismo, esse sim era o mais bonito.

Os seus “adversários de achismo” estavam juntos e achavam exatamente o contrário: nosso hino, sim, é o mais belo do mundo.

Dei a minha resposta de praxe: eu não “achava” nada. Sequer eu gosto de hinos nacionais, sejam quais forem eles, pois sempre falam de guerras, mortes, conquistas, heroísmo etc. e tal.

Se eu acho alguma coisa nesse e em outros campos é que tudo isso é uma chatice.

Ele ficou meio decepcionado, assim como os seus “adversários de achismo”.

Todo mundo acha alguma coisa de tudo: que a vizinha é puta, que aquele político é ladrão, que os Estados Unidos são o país mais importante do mundo, que os muçulmanos são terroristas, que os japoneses são falsos, que os nordestinos são sujos, que os cariocas são preguiçosos, que os paulistas só pensam em dinheiro…

Enfim, dá para encher páginas e mais páginas de achismos.

Boa parte (se não a totalidade das pessoas – “eu acho”) que acha alguma coisa, acha com base na tradição, na educação que recebeu em casa e nas influências sociais que recebe durante a vida.

Pouca gente (se não a totalidade – “eu acho”) submete as suas “verdades absolutas” ao crivo da lógica: “isso procede?”, “isso tem sentido?”, “há provas ou pelo menos evidências sólidas para sustentar aquilo que eu acho?”?!?!?!

Por parte dos nacionais, por estes dias, se acha (com aquele certeza da ignorância irrefutável) que tudo, por exemplo, que a presidente Dilma Rousseff faz está errado e é fruto de sua incompetência.

Ou, outro exemplo, que os terroristas do Estado Islâmico (todos árabes, embora a maioria não seja) irão fazer um atentado durante a olimpíada deste ano no Rio, assim como iriam fazer (os achistas tiveram certeza absoluta disso) um atentado durante a copa de mundo de futebol, há dois anos (mais ou menos – acho, mas não tenho certeza).

As redes sociais abriram uma comporta enorme para os “achistas” tal qual como se Deus (ou o Diabo) finalmente desse(m) início ao Armagedom.

Portanto estamos por um fio.

Nem podemos sair às ruas e ir a supermercados pois, por lá, sempre haverá um palhaço e uma bailarina prontinhos para nos sequestrar e extrair de nossos corpos o nosso fígado para vendê-lo no comércio internacional de órgãos humanos.

Nem pensar em ir à Europa, pois os pretos africanos e os muçulmanos estão invadindo todos os países e estuprando homens e mulheres caucasianos indistintamente.

Que dizer então da terceira guerra mundial, a “última” das guerras, pois extinguirá a humanidade, os bichinhos e as plantinhas, que está para eclodir desde 1917, mas loguinho, loguinho, ninguém perde por esperar, eclodirá.

Não, o inferno não são os outros. Somos nós mesmos.

E eu “acho” que o inferno (como disse o papa Francisco) nem sequer existe, apenas está em cada um de nós, alojadinho em nossas cabeças.

OK! Se você quer viver no seu inferno, então viva.

Só não encha o saco dos outros com seus achismos.

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