Jornalismo avança e até derruba governos

Jornal
Crédito da ilustração: coisasdejornalista.com.br

A despeito das carpideiras do apocalipse, aqueles que previram o seu fim, o jornalismo avança e até derruba (ajuda a) derrubar governos.

Às vezes se colocando do outro lado do espelho, como se viu no caso de 1964, no Brasil, e como ainda se vê na Venezuela, que apesar das trapalhadas do chavo-madurismo é um governo democrata e fez um bocado para tirar boa parte da população venezuelana da miséria social e econômica.

Mas, convenhamos, às vezes deste lado do espelho, quer dizer, ao lado da sociedade, como ocorreu nos EUA por conta da Guerra do Vietnã e na hora presente, no Brasil, onde o governo, sob a batuta do petismo, se meteu numa série de ilícitos, culminando com o trágico telefonema de Dilma para Lula.

Enfim, como tudo na vida, se registram erros e acertos, mas é preferível uma imprensa errando a uma sociedade manietada e submissa a interesses de grupos que nada têm com os da população.

“Seguindo em frente”

Em tempos internéticos e de escassez de dinheiro e de recursos, vai-se buscando alternativas para o jornalismo, que se mantém como peça importante no xadrez da vida, apesar dos histerismos que se veem aqui e acola.

Abaixo dois textos, em o Observatório da Imprensa, que discutem essas novas buscas para um jornalismo competente e de qualidade, que vai sim fazendo o seu papel, mesmo que esse papel seja derrubar governos.

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Ferramentas digitais para checagem e busca de informações

[O fortalecimento da tendência à produção de jornais locais e hiperlocais aumentou as responsabilidades de redações minúsculas onde jornalistas devem executar várias funções simultaneamente. Duas delas são cruciais para o futuro de cada veículo: garimpagem de notícias e verificação de autenticidade, contexto e relevância.

O site norte-americano Storyful usou sua experiência na prática do jornalismo na internet para selecionar 10 ferramentas, em sua maioria gratuitas, que podem facilitar o trabalho de repórteres e editores envolvidos no dia a dia da notícia. As ferramentas para garimpagem procuram automatizar a recepção de notícias segundo preferências previamente anotadas no site de buscas. Já os softwares de checagem de informações estão basicamente concentrados na verificação de imagens, a parte mais difícil e complicada na hora de conferir a autenticidade e autoria de um vídeo, ilustração, infográfico ou fotografia.

Mais detalhes no texto publicado por FirstDraftNews, do qual reproduzimos alguns trechos (em inglês) da parte relacionada à checagem de fatos:

“Verification

Google Earth Pro (Free)

It once cost nearly $400 a year, but since Google took the decision to make Earth Pro available for free in 2015, we are seeing the power of Google’s mapping services in the verification process. Pro allows the user to view a variety of content, including maps, terrain data and satellite imagery. The robust tool also allows users to print images at 4800×3200, capture HD videos and measure distances/areas using lines, paths, polygons and circles.

TinEye (From Free)

TinEye is a reverse image search engine that uses advanced image identification technology to search an index of more than 14 billion for results. Rather than searching by keyword or metadata, TinEye creates a compact digital signature of the image you upload to find exact matches, regardless if it has been cropped, edited or resized.

The database is not exhaustive, however, and should not be taken as a definitive answer. A more comprehensive tool is the browser plug-in RevEye, which searches for images in the TinEye database as well as Google, Bing, Yandex and Baidu.

Jeffrey’s Exif Viewer (Free)

Most images captured on a digital device these days store metadata in the image file — information that can tell you what device was used, the time and location the photo was taken, and whether it has been opened by any image-editing software.

The majority of images that appear across social media are cropped or compressed by social platforms, however, making it devoid of all metadata. But if you speak to the source and get them to send you the original image, or find images on a website, you may be able to conduct an analysis of the files Exif data using Jeffrey’s Exif Viewer.

During the verification process of content posted to the website belonging to Charleston church shooter Dylann Roof, Storyful analyzed the Exif data of images shared by Roof, enabling us to confirm the images were authentic and indeed taken by the man himself.”]

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O jornalismo online depende das comunidades de informantes

[A diversificação e dinamismo das pautas noticiosas no jornalismo contemporâneo mostram que os repórteres e editores dependem cada vez mais da formação de comunidades integradas por pessoas interessadas nos mesmos assuntos que os profissionais.

O caderninho de endereços já não consegue mais cumprir a sua função porque não só aumentou exponencialmente o número de fontes de informação graças às redes sociais e aplicativos de seleção de notícias, como o jornalista perdeu condições materiais para processar tantos dados, fatos e eventos ao mesmo tempo.

A formação de comunidades de informantes, uma modalidade do chamado jornalismo colaborativo,  permite o processamento mais rápido de noticias, especialmente a checagem de autenticidade e exatidão porque várias pessoas participam do processo, como mostra o texto do site Reported.ly . Além disso , a organização de grupos de pessoas com interesses comuns e preocupadas com a informação pública facilita a criação de laços de confiança e acelera a troca de dados entre os participantes.

Os principais sites de pesquisa de jornalismo na internet salientam que para sobreviver num ambiente cada vez mais congestionado pelo excesso de informações o jornalista profissional deve criar e desenvolver comunidades de informantes, como mostra o texto publicado na plataforma Medium, do qual reproduzimos dois parágrafos (em inglês):

“Good sources have always been the lifeblood of good journalism. And today, sources are available as never before. Jeff Jarvis says the modern journalist’s role should increasingly become that of community organiser. It pays off for both: engaging audiences improves journalism and transforms passive readers into active, contributing members. And membership, he says, “is at the heart of this new journalism economy.”

For reported.ly, this couldn’t ring more true. We take pride when tweets we publish about events in Burundi find their way onto our Burundi Twitter list, the very community we rely upon. The same goes for Yemen, Ecuador, Nepal, the refugee crisis and any emerging story we’ve covered comprehensively. Success for us is when people in those communities update us with new information in real-time — translating statements, correcting us if we’re wrong or contributing in other ways. That engagement allows real-time journalism and public service to flourish”.]

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