Com a(s) crise(s) brasileira(s) se alastrando e com a presidente Dilma no já velho cai-não-cai (mas não caiu e nem cairá) crescem as soluções mil para o Brasil.
Renúncia e novas eleições são as solucionáticas (como diria Dadá Maravilha) da hora.
Descarte-se de pronto a renúncia, pois Dilma diz que não se espere isso dela não. E se a presidente disse, está dito.
Mas tem gente que ainda sonha… até o jornal Folha de São Paulo.
A lereia pelo momento presente são as novas eleições.
Se não me falham as anotações, rola hoje aqui em Brasília uma reunião a respeito.
O prestimoso líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), também fala disso.
E falando nisso, cumpre lembrar que a solucionática de novas eleições (ainda este ano) surgiu exatamente dentro do Partido dos Trabalhadores.
Apenas “a coisa” agora foi assumida por outros, mas parece que o PT tenta retomar o leme do barco dando uma carona ribeirinha ao parlamento.
Bem, se fôssemos fazer novas eleições não teria mesmo cabimento algum deixar os nobres e as nobres parlamentares fora do butim.
Alôôô!
Há quem interessaria um troço desses?
À presidente que não, pois estaria humilhada e impossibilitada de concorrer ao novo pleito.
Ao vice, idem, idem.
Aos senhores e às senhoras parlamentares também não, pois não tem ninguém doido o suficiente lá dentro para correr o risco de cair fora da casinha em meio a esse tiroteio todo e tomar uma bala perdida no meio da testa.
Ao PSDB menos ainda. Atropelado pela própria crise que ajudou a fomentar, o tucanato está atualmente sem “condições técnicas” para ganhar até disputa de par ou impar.
A nós outros, os eleitores que somamos milhões, é que a história não interessa, pois fomos nós que enfrentamos em 2014 filas e aquelas máquinas de apertar o dedo e que nunca funcionam.
E vamos fazer tudo de novo a troco de quê? De jogarem os nossos votos de 2014 fora?
Ah, vá!
É provável que Marina, a da Rede, goste dessa ideia. Aliás, já até externou a sua concordância.
Mas querem saber?
Interessa, também, a parcelas do PT e ao próprio Luiz Inácio, que ainda se vê imbatível nas urnas (as pesquisas não mostram isso não) e capaz de repor o país nos trilhos daquilo que se convencionou chamar de lulo-petismo.
Mas, calma!
Não bastasse esse rolo todo, essas confusões solucionáticas todas (muito comuns em tempos de crises agudas) eis que (re)surge nas mentes brilhosas uma ideia luminosa: o voto distrital.
Vixe, mãe!
Será que estamos querendo voltar aos tempos do coronelismo?
Será que buscamos substituir os velhos coronéis por traficantes de drogas e por outros bandidos de igual calibre?
Vai ver que sim!
Um adendo
Também se volta a falar em parlamentarismo.
Quer saber (e isso é um pouquinho de história)?
Na época da constituinte, uma parcela do PT era a favor, incluindo-se nesse grupo Luiz Inácio.
Lula e a parcela do grupo petista foram voto vencido (nas démarches do partido) e o PT votou contra.
O ainda embrionário tucanato e o mutante MDB/PMDB até gostavam da ideia.
Talvez imaginassem que um torneiro-mecânico jamais chegaria com o seu macacão sujo de graxa para capitanear o primeiro-ministério.
Posto, ao que parece, reservado aos engomadinhos e escovadinhos com título de “dotô” e com domínio do inglês.
Como costuma dizer a amiga Maria Betânia, de João Pessoa, na Paraíba: “só tô cubando”.
Um comentário sobre “Crise, novas eleições e outras solucionáticas espetaculares”