Não existem revoltas e revoluções sem participação popular e sem a (re)tomada dos espaços públicos.
É salgada a ilusão presente segundo a qual é possível mudar alguma coisa a partir das (e só delas) redes sociais.
Em ruas cheias e rebeldes nem sempre se vence, nem sempre se muda.
Mas e daí? Já é alguma coisa.
Um dos muitos erros dos governos petistas (Lula e Dilma) foi aparta-se dos movimentos sociais.
Lula da Silva ainda se apegou à trinca MST, CUT e UNE, que, no frigir dos ovos, são uma mísera fração dos movimentos sociais.
Dilma Rousseff, mais casmurra e mais cética, nem isso.
O resultado (isso é apenas um dos fatores) fez a crise crescer, desestabilizou o governo e fez ruir o mito do lulo-petismo.
Tudo tem seu preço e o(s) governo(s) petista(s) está(ão) pagando caro por isso.
Sem a pressão dos movimentos sociais os vândalos empresariais e a canastrada política se viram livres, leves e soltas para destruir Dilma Rousseff e para (tentar) apagar do imaginário popular os ganhos sociais da era petista.
Da reconstrução
O PT, tido como popular e de esquerda, demandou tempo para perceber o que estava ocorrendo e para admitir o erro brutal que cometeu.
Resolveu reagir agora que faltam parcos dias para o afastamento de Dilma Rousseff da presidência.
Dá tempo? Provável que não.
E se Dilma afastar-se por míseros 180 dias, que seja, não volta mais.
Campo aberto para a canalhada destruir o pouco que os quase 14 anos de petismo construiu.
Das mobilizações
A população se mobiliza na França, na Islândia, nos EUA, nos países árabes, no México, na Argentina, no Chile.
E nós o que estamos fazendo por aqui?
Provavelmente acessando o Facebook e assistindo TV para falar mal da Globo.
Da estupidez
Num bom e esclarecedor texto – Junho e o Golpe – o site médium joga um pouco de luz na burrada do PT e das esquerdas (conservadoras e arcaicas).
Vale a pena!
[Agora que o governo praticamente acabou, e que o afastamento de Dilma Rousseff se tornou inevitável, tem ganhado força por aí uma certa tese que coloca nos movimentos de junho de 2013 a “culpa” pelo golpe. Não deixa de ser curioso e sintomático que esta tese esteja ganhando força nas hostes de uma certa esquerda mais próxima da defesa do governo. Este texto, contudo, é um esforço na tese contrária. Em negrito, para que não falte clareza: não, Junho de 2013 não foi o estopim do golpe. Os motivos para isso são vários e não são difíceis de entender. Permitam-me refrescar a memória do pessoal. Senta que lá vem a história.]
Continue lendo aqui: https://medium.com/@ofernandobastos/junho-e-o-golpe-c1b7ea54ea5a#.905mfj8kb
Da (re)tomada
Bem… se os conservadores de esquerda não fazem, os movimentos sociais (como está se vendo por agora) vão para as estradas, para as ruas, para as praças, para as avenidas.
Isso até acordou o MST, o que também é necessariamente bom.
Alvissaras!
A canalhada, os vândalos capitalistas e Temer já têm o que temer.
Pois que temam!