A paisagem de Brasília irá mudar a partir de quinta-feira (?)

A paisagem
Crédito da foto: http://www.flickr.com

Especula-se que de 10 mil a 20 mil servidores não concursados sejam dispensados pelo novo governo, que se tem quase como certo seja presidido por Michel Temer, o vice (PMDB/SP).

São números bastante exagerados e prematuros.

Nesta semana que estamos em meio dela, com a votação da admissibilidade do impeachment, agora pelo Senado, provável que não aconteça nada, mesmo que Dilma venha a ser afastada da presidência.

É óbvio que Temer, se guindado for, dará posse, provavelmente ainda nesta semana, aos seus novos ministros.

Mas aí se tem aquele cerimonial todo de passa pasta pra cá, passa pasta pra lá.

Então, se a hecatombe trabalhista ocorrer, deve começar pela semana de 15 a 21, estendendo-se para a de 22 a 28 e mais à frente.

Dá tempo demais para, de um lado, arrumar as malas e ir embora para casa, de outro, encontrar onde morar por aqui.

Das quantidades

Ao certo não se sabe quantas pessoas trabalham para o governo federal. A administração pública é um emaranhado de siglas, subcontratações, terceirizações e consultorias.

Há quem fale, no entanto, em 80 mil (não apenas em Brasília, onde essa gente deveria estar concentrada em sua maioria, mas espalhadas pelo país) e outras contas chegam às centenas de 1, de 2 e até de 3, quiçá 350 mil.

É com esses números que o novo governo (se vier) terá de se ver.

Das injustiças

Sejam quais forem eles, são números grandiosos que farão a festa dos anti-petistas, estarão por semanas nas manchetes de jornais, nas capas de revistas e ocuparão terabytes na web.

O motor disso tudo, como é de se esperar, será o velho mantra do “aparelhamento do estado”.

Vá lá que o Partido dos Trabalhadores, nesses 14 anos e meio, exagerou um bocadinho, mas responda: se você chegar à cabeça de qualquer administração pública (federal, estadual ou municipal) levaria quem para lhe servir?

Os seus adversários e inimigos políticos ou os seus correligionários e partidários?

Dos cuidados

Temer mostra certeza (embora não a tenha. Ele não é tão estúpido assim) de que seu mandato dure até o 1º de janeiro de 2019 (lembre-se que o vice não pode se candidatar à sua própria sucessão) quando passa a faixa; e já se adianta em montar ministério próprio, o que, por consequência, irá impactar na vida dos atuais servidores (os temporários).

Essa é uma jogada arriscada, pois à luz da lógica e da lei pelo menos por 180 dias Temer será presidente interino, continuando, portanto, como vice de Dilma.

Deveria ser menos afoito, aguardar o andamento da carruagem, pois, caso contrário, poderá ser espicaçado moralmente, ter sua carreira política comprometida e ser pressionado, por consequência, a renunciar à vice-presidência.

Mas talvez ele não tema nada disso, mas apenas queira “acabar com essa raça” e dar nova roupagem e sotaque à capital federal.

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