Renda mínima cai na Suíça e a culpa é do Suplicy

Fora Dilma
“Coxinha” ou “trouxinha” – foto: economia.uol.com.br

Exagero meu? NÃO! Basta ver o que escrevem e dizem pessoas engajadas à direita, como, por exemplo, jornalistas e ativistas das redes sociais.

A associação do resultado plebiscitário de ontem, na Suíça, com a figura de Eduardo Suplicy é imediata, não por outra razão se não a de que o ex-senador petista sempre foi o defensor da ideia no Brasil, com parte dela viabilizada  pelo programa Bolsa Família, que essa gente de direita chama de “bolsa esmola”.

Suplicy não botou o ovo em pé, nem inventou a roda ou a pólvora.

O conceito de Renda Mínima remonta a ‘subvenções de capital providas à época da maturidade’ introduzido em 1795 no panfleto Agrarian Justice de Thomas Paine [1]onde se discutem as origens da propriedade e vem em conjunto com a ideia de igualitarismo baseado em ativos.

Os recursos podem ser captados de diversas formas: através da arrecadação de impostos, taxa sobre concessões de extração de recursos naturais, pela supressão de outros mecanismos de distribuição de renda, loterias, entre outros” (wp).

A questão, no entanto, não se analisa a partir de Paine e do desenvolvimento da ideia ao longo da História, mas da guerrilha ideológica que tem como assento o discurso, qual seja, o uso da comunicação para manipulação do todo ou de parte da opinião pública.

Dos discursos

Mesmo em tempos mais remotos, por exemplo, nas lutas de Gengis Kan contra o império chinês ou no período do Império Romano, a comunicação já era utilizada para desestabilizar governos, influenciar populações, provocar rebeliões e revoltas, disseminar o pânico.

Pode-se dizer, com certa imprecisão, que a prática era rudimentar e que apenas ganhou foro técnico e científico com Joseph Goebbels, o ministro da propaganda do regime nazista.

Goebbels é mais lembrado por uma frase – “uma mentira repetida várias vezes se transforma em verdade” – , mas fez muito mais: era um gênio.

E foi um gênio da contrainformação e da desinformação, ao sistematizar o uso de boatos junto à população e introduzir um mecanismo sutil e muito eficiente: infiltrar pessoas em meio a uma dada massa reunida para estimulá-la a determinados comportamentos.

As técnicas goebbelinas são de uso corrente hoje, tanto na comunicação social , privada e governamental, quanto na propaganda e na publicidade.

Estamos todos reféns do discurso do gênio e bem poderíamos elevá-lo à qualidade de patrono da Comunicação contemporânea, sem medo de  cometermos algum tipo de  heresia.

É nessas estratégias que se apegam essas gentes de direita, mas não só: os chamados esquerdistas também as usam à larga.

Trata-se de um campo minado e perigoso, cujo resultado final não será a vitória de nenhum dos lados, muito pelo contrário: é possível que todos pereçam ao fim da jornada.

Nota

[1] Thomas Paine foi um político britânico, além de panfletário, revolucionário, radical, inventor, intelectual e um dos pais fundadores dos Estados Unidos da América. Wikipédia

 

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