
Dia 24 completou um ano da morte do cantor goiano Cristiano Machado. O acontecido gerou um monumental bate-boca nas redes sociais, inclusive com processo movido pela família do sertanejo universitário contra o jornalista Zeca Camargo (Rede Globo).
Camargo, que é nascido em Uberaba (MG) – bem pertinho do estado de Goiás -, não disse nada que outras pessoas também não tenham dito, mas foi, mesmo assim, processado.
Gente famosa processada sempre pode gerar uma indenização mais polpuda. Alguém duvida que a intenção da família seja essa?
Tive cá eu minha humilde participação nesse bate-boca todo, me atritando com duas jovens moradoras de Brasília, uma nascida no interior mineiro, outra, creio, no interior goiano.
O acidente fatal não me interessou. Inúmeros parentes e amigos faleceram em acidentes de automóveis para que eu perdesse tempo em me preocupar com a morte de um sujeito que sequer conhecia e do qual nunca tinha ouvido falar.
O que me chamou atenção foi o bate-boca nas redes sociais e, principalmente, a participação acalorada das duas jovens citadas acima (me abstenho de citar os seus nomes) que se identificavam como de esquerda, petistas e feministas.
Bem… ser de esquerda e petista não é exatamente um salvo-conduto para a lucidez, mas feministas que “adooooram” Cristiano Araújo e suas músicas sexistas deveriam ser objeto de estudo da Sociologia.
Resumindo a história, uma delas (que, aliás, estudou na UnB) disse que eu não gostava do sertanejo universitário porque eu era (sou, na verdade) velho e só gostava de velharias como Chico Buarque e Caetano Veloso (pra falar a verdade, nem gosto muito desses dois caras não); que ela era jovem e que gostava de se divertir.
Ato contínuo ambas me deletaram de seus perfis sociais.
Das modinhas
Meu atrito com as duas jovens não tem maior importância, mas, no entanto, o comportamento de ambas reflete o quanto erráticas e inconsistentes sãos as militâncias, sejam quais forem elas.
Desde jovem (já fui jovem também, podem acreditar) sempre me chamou a atenção os comportamentos oportunistas, que, nos últimos tempo, passaram a ser identificados como “modinha”.
Dependendo do contexto no qual a pessoa está inserida ela adere às modas (oportunistas) do grupo social com o qual se envolve, sem plena consciência do que está fazendo.
É uma maneira esperta de não se sentir sozinha, descolada do grupo social, solitária.
Se prestarmos atenção nos detalhes vamos ver que esse tipo de pessoa não está de todo convencida das “verdades” que defende, não sendo surpresa, portanto, que, mais cedo ou mais tarde, ela mude de opinião e passe adotar uma posição antagônica àquela que defendia antes.
Eu, como nós todos, conheci centenas de hippies (sic) que nunca foram hippies, centenas de esquerdistas que nunca foram de esquerda, milhares de crentes que nunca acreditaram em Deus ou em qualquer outra divindade.
Assim como as jovens feministas citadas anteriormente não são e nunca foram feministas. Apenas seguem uma modinha que, no presente momento, é de fácil aderência posto estarem elas inseridas num contexto bastante peculiar e específico.
Como diziam os mais antigos, “o tempo é o senhor da razão”.