
A capa de Veja desta semana é a prisão dos brasileiros acusados de terrorismo; Folha e Estadão deram manchete, neste sábado, para o atentado na Alemanha; O Globo também manchetou a suposta arquitetura de terrorismo contra os jogos olímpicos no Brasil.
Não é preciso citar as demais mídias (da imprensa, da tv, do rádio, da internet), pois são os quatro que definem a pauta daquilo se comenta e se segue no Brasil.
Se eles estão de um lado, é desse lado que todos estão.
Fazia tempo que isso não acontecia!
Desde 2005, quando do estouro o escândalo do Mensalão do PT, que a política, a corrupção política e os políticos corruptos estão na “ordem do dia”, com o Partido dos Trabalhadores fazendo o papel de porta-bandeira ou de comissão de frente.
Das (des)importâncias
Não foi o atentado de Munique, nem os atrapalhados “terroristas” (sic) brasileiros, nem a proximidade das olimpíadas quem rebaixaram a importância da política para a imprensa.
Fora aquele restinho de petismo, que ainda teima em insistir que tudo é uma grande armação (trama), comandada sabe-se lá por quem (cada hora eles apontam um algoz), contra o PT, os programas sociais do PT, os pobres beneficiados pelo PT, o Lula que fundou o PT e a Dilma que é filiada ao PT,… fora aquele restinho… o que se tem é que a vida dos políticos corruptos segue conforme o esperado: vem a acusação, da acusação vem a investigação, da investigação vai-se ao julgamento, do julgamento chega-se às penalizações.
Como lembrou o jornal O Estado de São Paulo, hoje, a política volta (preferencialmente, agora) a ser jogada no seu campo: no campo dos políticos.
A política que já houvera deixado as ruas (alguém ainda se lembra das manifestações?) agora pode entrar em calmaria, na medida em que as acusações do Lava Jato vão se explicitando e se auto explicando, com os corruptos sendo punidos.
Se o Brasil vai “entrar nos eixos” em pouco tempo, não se sabe, e é quase certeza que não.
O estrago feito pela corrupção foi bastante grande e a partir de agora só boas intenções não vão resolver coisa alguma.
Sem tirar o seu olho da política, no entanto, a mídia já vai procurando outras pautas para cuidar.
Vai ser um longo e penoso processo da readaptação.
Os jornalistas vão ter de descobrir que existe vida fora da política e outras pessoas com outros interesses e outros comportamentos, além dos políticos corruptos.