
Michel Temer, o vice efetivado, fez um jantão ontem à noite no Palácio do Alvorada para cabalar votos a favor da PEC 241. Conseguiu reunir 210 deputados, esperava mais de 300, mas seu governo efetivado, na voz do chefia da Casa Civil, Eliseu Padilha, garante que pode ser que o governo obtenha 365 votos – são necessários 308 para o aprovo.
O efetivado acha que consegue isso hoje. É provável… se a tropa já estava em grande parte em Brasília ontem à noite é possível que a sessão de hoje tenha quórum e o monstrengo contentivo passe.
Normalmente não se tem quórum na segunda. Mas o efetivado já não conta mais com isso.
A oposição (o que resta dela) diz que vai tentar obstruir a votação hoje e amanhã (quarta-feira é feriado). É pouco provável que consiga.
Duas observações sobre o jantão: a casualidade do preside da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que foi de jeans e camisa polo… só faltou o sandalhão.
Dizem os esquerdistas (disseram antes e vão repetir a arenga hoje) que o Planalto gastou os tubos da grana pública no jantão de ontem à noite.
Besteira! Cada um pagou a sua quota.
É uma estratégia de marketing bem feita, aliás, já que o governo quer que o povo corte parte de sua própria carne.
Das ruindades
A PEC 241 é boa ou é ruim?
Grosso modo não é boa, nem é ruim É apenas uma PEC através da qual se pretende conter a farra da gastança desenvolvimentista dos governos Lula e Dilma.
Do ponto de vista do petismo e das esquerdas aderentes é ruim, pois vai cortar recursos dos programas sociais do governo e com previsão de até acabar com alguns deles.
Papo furado! Propaganda política de péssima qualidade! Sinal de desespero!
Do ponto de vista de quem está no poder é coisa boa por conter a farra da gastança petista, por enquadrar o país na cantilena do FMI e do Banco Mundial e por liberar brasileirinhos e brasileirinhas para cuidarem de suas próprias sobrevivências meritoriamente.
Se os argumentos da assim chamada direita tivessem um pouco de tino eu iria ter uma síncope cardíaca.
O que o efetivado e sua trupe estão a fazer é reorganizar as áreas de butim dos recursos públicos e escalar novos usufrutuários.
De quebra preparam a cama para a re-chegada do tucanato ao Alvorada e redesenham a pirâmide social, parcialmente desfeita sob os governos petistas de Lula e de Dilma.
Cada um no seu lugar e não saiam daí se não vem porrada!
Das escuridões
Derrubado pelas ruas e pelas eleições municipais deste 2016, o PT está inerte e perdido. Sua arenga não convence nem mesmo as periferias pobres e por isso ninguém vai às ruas a seu favor e a favor de suas teses.
A esquerda que se projeta (mas não vai longe) neste momento é feita por coxinhas ditos de esquerda, como o PSol e o Freixo; gente que conhece o Brasil tanto quanto eu conheço de fissão nuclear; gente que fala e convence um público mais exíguo para o qual falava o PT, qual seja, para gente urbana, moderninha, preocupada mais com o look do cabelo e com a roupinha da moda que vai usar para ir ao teatro e em reciclar lixo caseiro.
Mesmo na UTI o petismo ainda respira por aparelhos e pensa em 2018 com Lula.
É um nome considerável que sozinho e sob bombardeio desde 2005 tem 30% dos votantes nacionais.
Na sua ausência falou-se numa porção de nomes, incluindo o de Ciro Gomes, hoje no PDT, mas que já esteve em outros 6 partidos.
Em entrevista à revista Piauí, Gomes alvejou: “O Lula se descolou da realidade, começou a brincar de Deus e se queimou”… “Qual foi a reforma que o Lula propôs para todo o país fora a tomada de três pinos?”.
Porém, afagou o derrotado Fernando Haddad, mas que não teria “aquilo roxo” para ser um bom governante.
Pode-se entender isso como um chamamento para uma dobradinha.
Se eu fosse o Haddad cairia fora das duas ideias: 1) a de se aliar a Ciro Gomes e a de concorrer a algum cargo executivo (o PT já cogita lança-lo à sucessão de Geraldo Alckmin, em SP).
Furada! Cai fora, Haddad!