
Dois textos (um da BBC Brasil [reproduzido, também, pelo UOL/Folha de São Paulo] e outro, no site IHU/Unisinos) revelam as dificuldades atuais enfrentadas pelo Catolicismo e, muito especialmente, pelo papa Francisco.
O primeiro – “Quem são os cardeais rebeldes que acusam o papa Francisco de heresia” -, mostra que o pontífice enfrenta uma rebelião de cardeais que manifestam “preocupação com (seus) ensinamentos do papa Francisco, acusando-o (…) de causar confusão em relação a assuntos-chave para a doutrina católica”.
No segundo – “Sinal da crise espiritual dos Estados Unidos” -, o historiador do cristianismo, Massimo Faggioli, mostra sua decepção com a eleição recente de Donald Trump à presidência dos EUA, o que, “segundo ele, vai agravar o clima social e decepcionar os católicos que confiaram na vitória do tycoon [1], especialmente temendo uma radicalização das políticas abortistas de Hillary Clinton”.
O pano de fundo de ambos os textos mostra (coisa que já se sabe) que parte do Catolicismo ainda está imerso no velho conservadorismo que sempre marcou presença naquela que é tida como a “maior religião do planeta”, ao ponto de apoiar um candidato considerado, pela própria moral católica, como promíscuo (imoral).
Veja abaixo a abertura de ambos os textos com os respectivos links para acesso aos originais.
“Quem são os cardeais rebeldes que acusam o papa Francisco de heresia”
Uma rebelião anunciada. Um grupo de cardeais manifestou publicamente preocupação com os ensinamentos do papa Francisco, acusando o pontífice de causar confusão em relação a assuntos-chave para a doutrina católica.
Em carta divulgada nesta semana, os sacerdotes questionam o papa por encorajar a Amoris Laetitia (Alegria do Amor), documento que é uma tentativa de abrir novas portas para católicos divorciados e tornar a Igreja mais tolerante com questões relacionadas à família.
A rigor, a carta não é nova: os cardeais a enviaram ao papa em setembro, com cinco perguntas específicas que exigem apenas um “sim” ou um “não” como resposta. Eles querem esclarecer o que consideram dúvidas ou imprecisões, no que diz respeito “à integridade da fé católica”.
‘Trump presidente: “Sinal da crise espiritual dos Estados Unidos”. Entrevista com Massimo Faggioli’
“Um choque que ninguém podia imaginar no dia anterior.” Massimo Faggioli, professor de Teologia e Ciências Religiosas na Villanova University, na Filadélfia, enquadra desse modo a eleição de Donald Trump como 45º presidente dos Estados Unidos da América.
A reportagem é de Salvatore Cernuzio, publicada pela agência Zenit, 14-11-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Historiador do cristianismo, colunista do La Croix Internacional e copresidente do grupo “Vatican II Studies”, da American Academy of Religion, Faggioli, como atento observador das dinâmicas eclesiais e políticas no exterior, expressa a Zenit a sua decepção com o resultado eleitoral que, segundo ele, vai agravar o clima social e decepcionar os católicos que confiaram na vitória do tycoon, especialmente temendo uma radicalização das políticas abortistas de Hillary Clinton.
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Nota
[1] Neologismo de língua inglesa que se refere a estrangeiros, mas também em seu sentido pejorativo.