
“Quem puxa aos seus / Não degenera, não / Degenera, não / Não degenera” (Walter Franco). O artista estaria pensando de Lenin (Lenine para os portugueses) ou já propriamente em Roberto Freire?
Talvez os dois ou mesmo em nenhum deles. Talvez seja esta apenas uma forma de preconceito pequeno-burgues para dizer que quem nasce em ou de berço não cai na marginalidade, na desonestidade etc. e tal.
Se for essa a opção não sei se gosto muita dela não e nem a avalizo.
Lenin, para quem não conhece – muito prazer! –, liderou a revolução russa (se assim se poderia dizer) e se opunha aos mencheviques que pleiteavam uma revolução moderada, que abarcaria, num primeiro momento, a democracia para depois sim ir rumo ao socialismo.
Portando, como se vê, discursos conflitantes entre democracia e socialismo não é papo de pequeno burguês (que, aliás, é uma expressão muito ruim), fascista, liberal, coxinha ou seja lá o que for.
Os atritos dicotômicos já se iniciaram na revolução de 1917, se não bem antes, nos entreveros entre Marx e Bakunin; entre Marx e os “socialistas utópicos”.
Como se vê, Marx era um gênio, mas um puta de um cara chato.
Se você ainda mantém esse discurso tosco e antigo dos socialistas então já está na hora de você rever suas leituras.
Portanto, o discurso de Freire, endereçado a Raduan Nassar, não passa de uma mesmice autoritária, trazida dos tempos em que ele se considerava comunista: de um autoritarismo de quem não aceita o contraditório, de quem não admite se contestando.
Um troço tipicamente bolchevique, de quem ainda persiste em sobreviver, embora já tenha sucumbido há muito tempo.
Agora uma informação: o site Brasil 247 (do PT e que consegue mentir a cada linha que publica) disse que Freire reiterou as críticas a Nassar nas páginas da Folha de São Paulo.
Besteira! O que Freire disse foi aquilo que foi dito durante a cerimônia.
Tolice. Desinformação. Manipulação.
Esses caras não vão chegar a lugar algum mentindo desse jeito.