
Parte do cutismo (em referencia à CUT, óbvio) está prometendo uma greve geral para esta quarta-feira.
Eu sempre temo essas histórias de geral, ainda mais acompanhada da palavra irrestrita.
Quase sempre esses discursos não resultam em nada ou resultam numa coisa ampla e difusa, como a distorção da anistia do regime militar que acabou “inocentando” o grosso dos torturadores que deveriam estar presos.
A chance de que a greve, portanto, vá dar em nada ou em muito pouco é bastante grande.
Coisa de 1.000 por 1 – só para dar um número absurdo; mas tudo isso é muito absurdo mesmo, então estou perdoado.
Mas não deveria ser assim.
A menos que nós brasileiros estejamos contentinhos com os desmandos e as ameaças do governo tampão e interino de Michel Temer.
O que parece certo é que a maioria dos trabalhadores brasileiros deve deixar mesmo a CUT na mão, falando sozinha.
Boa parte da classe trabalhadora que foi às ruas – e foi, não adianta negar, nem mentir – esteve mais interessada em derrubar a Dilma Rousseff, em arrasar o Partido dos Trabalhadores e, principalmente, em inviabilizar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência em 2018.
Esse povo – e é a maioria, sim senhores e sim senhoras – aparenta acreditar que apenas isso basta para exercer o sagrado direito ao mais do mesmo, às recorrências dos discursos e das ações moralistas, às repetição incansáveis em busca por salvador de pátria.
Já vimos essa história muitas vezes antes.
Pobre povo.