Por Jotabê Medeiros
Sou paraibano, mas cheguei ao Norte do Paraná com apenas 3 anos. No Norte do Paraná, onde cresci, a nordestinidade não era vista da mesma maneira que em São Paulo (onde todos se tornavam pejorativamente “baianos”) ou no Rio de Janeiro (onde todos se tornavam “paraíbas”), e na qual toda a associação com o nordestino descambava para a construção civil ou o excesso sentimental.
Eu só refleti sobre isso tudo muito recentemente. Acho que, como éramos poucos nordestinos no Norte do Paraná, não fomos acossados pelo autopreconceito, ou seja: não nos vimos obrigados a nos envergonhar de nossos traços culturais. Em vez de hostilizados, éramos festejados entre os vizinhos pelo jeito sanguíneo como vivíamos as festas populares, a mitologia do sertão em nosso cotidiano bagunçado, pela surpreendente culinária de nossas mães, pela alegria comunal de nossas grandes, imensas famílias. Nosso conhecimento era admirado pelos amigos nas peladas…
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