
[Nos últimos três anos, caiu o número de pesquisadores brasileiros participando das pesquisas junto ao Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), um dos principais institutos científicos do mundo. Até 2014, antes da crise política e econômica do país, 10 cientistas (físicos, engenheiros e especialistas em computação) participavam do projeto em Genebra, na Suíça. Atualmente, apenas um integra o grupo do Cern.
O professor José Manoel Seixas, um dos coordenadores da equipe brasileira disse que, no total, o Brasil terá cinco pesquisadores na Suíça em 2017, vindos de universidades de Minas Gerais (Juiz de Fora e São João del Rei), São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.
“Essa participação só está ocorrendo com ajuda do Cern que desenvolve com a Coppe projetos desde 1988. Sem esse apoio, não seria possível estar lá”, disse.
O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) é o maior laboratório de Física de partículas do mundo. Com 60 anos de história, o Cern ficou em evidência nos últimos anos depois da confirmação da existência do Bóson de Higgs, ou “partícula de Deus”, ocorrida em julho de 2012.
A descoberta, considerada a peça que faltava na atual teoria da física de partículas, foi feita no maior experimento do laboratório, o acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla em inglês).
Mesmo diante de um cenário pouco favorável, a Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, está desenvolvendo um projeto que incentiva estudantes de ensino médio a fazer visitas virtuais ao Atlas, experimento instalado no Cern.
Na Coppe, na Cidade Universitária, alunos com idades entre 16 e 17 anos, conheceram a exposição “Exploradores do Conhecimento” que tem como tema “A recriação do começo dos tempos”. A mostra é realizada no Espaço Coppe Miguel de Simoni.
O professor José Seixas recebe os estudantes e explica sobre a física de partículas, o papel dos Atlas, os objetivos do Cern e a contribuição dos pesquisadores brasileiros no laboratório.
Os alunos também participam de uma “viagem” virtual ao Cern, em tempo real, com participação de Denis Damásio, um ex-aluno da Coppe, que trabalha no centro de pesquisas desde 2005.
“A gente quer trazer os alunos para um física que ainda não chegou aos cadernos deles e instigar os jovens. A ideia é coloca-los em contato com pesquisadores brasileiros que estão lá para que eles pensem que se aquela cara já foi aluno do ensino médio, se já estudou aqui porque não é possível para mim? “, explica o professor.
Para Seixas, o projeto também tem o objetivo de provocar a “autoestima nos alunos”.]
Com informações do site G1 via Notícias Ambiente Brasil.