Será que a moça do bar é tão alienada assim como achamos?

O chapeu
O meu chapeuzinho, segundo a moça do bar, que se preocupou com que eu não o esquecesse

Hoje “garrei” conversa com uma moça de, no máximo (não perguntei), uns 25 anos e que toma conta de um bar nas proximidades da prefeitura de Cotia.

Toma conta” é literal, pois a jovem chega logo cedo, abre o estabelecimento, o limpa, prepara sanduíches e salgadinhos, serve-os e ainda permanece por lá até o início da noite.

A “patroa” praticamente não aparece, o que revela a sua confiança na garota; aparece apenas para falar mal do PT e “fechar o caixa”.

A menina mesma reconhece que a sua vida é um bocado medíocre, mas fazer o que? Ela tem de sobreviver.

Ela usa aliança na mão esquerda, uma tática que muita mulher solteira e bonita (vale para as feias também) usa para fugir dos chatos, das machistas e de outros tipos de homens inoportunos.

Mas não me parece ser este o seu caso. Não sei se ela conhece essa tática de dispersão e despistamento. Creio que não.

A conversa derivou-se para a política e ela ficou contente com a minha opinião de que se Lula conseguir se candidatar ele deve ganhar o pleito do ano que vem para a presidência da república.

Foi aí que ela se lembrou de que a “patroa” vive a falar mal do Lula e do PT (“tem ódio”) e tenta fazer a sua cabeça contra ambos.

Creio que se acontecer o contrário (votar em Lula e no PT) a jovem corre sério risco de ser despedida, mandada embora, pois esse tipo de patroa é bem capaz disso. Isso se chama despeito

A jovem do bar chamou Temer de “perverso” embora não tenha se alongado nesta conversa, pois disse que não entende nada de política. Ela tem apenas uma percepção, uma espécie de estalo de que tudo não está indo bem (apesar de seu  trabalho), muito pelo contrário: quase ruindo – ou nos versos de Caetano Veloso “tudo está demorando em ser tão ruim”.

Mas fez um reparo importante: ”eu deveria saber mais sobre política” – até para se defender (da patroa), é óbvio.

Gente assim é taxada de alienada, como se a percepção das pessoas não tivesse importância alguma.

Mas será mesmo que podemos dizer que a jovem do bar é alienada, ou apenas ligeiramente desinformada?

Ao final de nossa conversa ela foi bastante gentil e atenciosa e ainda se lembrou de meu “chapeuzinho” e pediu para que eu não o esquecesse.

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