
Como era esperado, a prisão de Lula impactou negativamente (para ele e para o PT) na pesquisa divulgada esta madrugada pelo DataFolha.
Mas antes uma observação importante: o PT resolveu reclamar com antecedência da “ausência de Lula” entre os possíveis candidatos.
Isso deve ser entendido como uma estratégia (que já se demonstrou inócua e inútil) para denunciar tudo o que o partido entende como inimigo, qual seja, se vitimar.
Ou trata-se de desonestidade mesmo, misturada com a tradicional preguiça brasileira, já que a pesquisa estava registrada do TSE e, portanto, era só consultá-la para perceber que se estava falando, mais uma vez, algo sem sentido.
Mas convenhamos: o PT, nos últimos anos, vive exatamente de criar tensão entre os seus próprios eleitores (também vitimistas), especialmente entre aquele grupo fanatizado.
Voltando à pesquisa DataFolha , 54% dos brasileiros acham justa a prisão de Lula, mas, em contrapartida, e segundo a Ipsos, 73% consideravam o ex-presidente um preso político,
São as contradições típicas dos brasileiros, que está por merecer um bom estudo para que se averigue e se descubra o porquê desse comportamento errático.
A questão mais significativa para o PT, no entanto, se dá quando se pergunta sobre a transferência de voto, caso de Lula não seja candidato,
Um terço dos lulistas dizem não votar em nenhum candidato.
Os outros dois terços se dividem entre Mariana e Ciro, com uma boa vantagem para a política acreana que dessa forma aproxima-se de Bolsonaro, o segundo colocado na corrida presidencial.
A importância dessa possível migração está no desmonte do discurso petista, que não gosta de Marina (considerada traidora) e nem de Ciro (classificado como pouco confiável).
Desmistifica, ainda, o apadrinhamento de Boulos por Lula e mantem Manuela D´Ávila no ostracismo de sempre.
Quem herdou esperanças, e das boas, foi o PSB, com Joaquim Barbosa, que já aparece com 10% das intenções de votos.
Para o bem ou para o mal, Lula continua peça-chave da corrida eleitoral
Goste-se dele ou não.