Siga sempre o líder e seja infeliz para sempre

Desobedeca
A Luz é Invencível – WordPress.com

Nós todos conhecemos aquele sujeito que não tem ideias próprias.

Ele está sempre seguindo aquilo que alguém disse, muitas vezes discretamente, mas noutras tantas com uma fidelidade canina, a ponto de transformar o dizer do outro num dogma.

Claro está que o ser humano construiu, desde os primórdios da criação, um saber (conhecimento) que nos é muito útil, especialmente para saber que rumo poderemos tomar.

Perceba: o verbo não é “dever” (tomar), mas sim “poder” tomar.

É claro que não há problema algum em seguir aquilo que já foi dito e ensinado anteriormente.

Mas a questão não é exatamente essa, mas sim que há certo tipo de pessoa que molda toda a sua existência em “verdades” que já passaram há muito tempo para o campo da obsolescência.

Moldar toda a vida dessa forma é, além de tudo, um perigo, posto que esteja no senso comum a sedimentação das ideias arraigadas das quais se originam os preconceitos e as intolerâncias.

Fico a imaginar o desconforto pelo qual passou o escritor e filósofo norte-americano Henry Thoreau com a mesmice que se apossou do mundo, o que poderíamos classificar de uma pandemia.

Entre os muitos escritos do Thoreau há alguns muito importantes e essenciais: “Walden” e “Desobediência Civil”, por exemplo – ambos estão também em suas versões e-book e podem ser encontrados facilmente na internet (são gratuitos).

Para quem não é familiarizado com a leitura ou não gosta ler (“porque ela dá sono” – muita gente dá essa desculpa bastante esfarrapada) recomendo no YouTubeWalden; ou, A Vida nos Bosques” e “Thoreau por Daniel Puglia”.

Uma dica: ao pesquisar, fuja daqueles vídeos de gente jovem, especialmente aqueles que começam a falar em “minimalismo”.

Uma lembrança (referência) importante: Thoreau influenciou profundamente Martin Luther King e Mahatma Ghandi, e, obviamente, toda contra-cultura norte-americana (hippie) que transformou o lago Walden num santuário, o que certamente teria irritado o filósofo – caso fosse vivo na época.

Trechos

“Aceito com entusiasmo o lema “O melhor governo é o que menos governa”; e gostaria que ele fosse aplicado mais rápida e sistematicamente. Levado às últimas conseqüências, este lema significa o seguinte, no que também creio: “O melhor governo é o que não governa de modo algum”; e, quando os homens estiverem preparados, será esse o tipo de governo que terão. O governo, no melhor dos casos, nada mais é do que um artifício conveniente; mas a maioria dos governos é por vezes uma inconveniência, e todo o governo algum dia acaba por ser inconveniente. As objeções que têm sido levantadas contra a existência de um exército permanente, numerosas e substantivas, e que merecem prevalecer, podem também, no fim das contas, servir para protestar contra um governo permanente. O exército permanente é apenas um braço do governo permanente. O próprio governo, que é simplesmente uma forma que o povo escolheu para executar a sua vontade, está igualmente sujeito a abusos e perversões antes mesmo que o povo possa agir através dele. Prova disso é a atual guerra contra o México, obra de um número relativamente pequeno de indivíduos que usam o governo permanente como um instrumento particular; isso porque o povo não teria consentido, de início, uma iniciativa dessas.”

Primeiro Parágrafo de “Desobediência Civil” (Henry Thoreau)

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“Por simples ignorância e equívoco, muita gente, mesmo neste país relativamente livre, se deixa absorver de tal modo por preocupações artificiais e tarefas superfluamente ásperas, que não pode colher os frutos mais saborosos da vida.”

Walden – A vida nos bosques (Henry Thoreau)

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