Nó em pingo d’água para explicar rompimento com Ucrânia

“O Brasil rompeu oficialmente o acordo bilateral que mantinha com a Ucrânia para lançamento de foguetes da base de Alcântara, no Maranhão. De acordo com os ministros da Defesa, Jaques Wagner, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, a decisão de encerrar o acordo foi motivada por razões comerciais, e não políticas ou diplomáticas.

Segundo Jaques Wagner, o governo brasileiro avalia o fim do acordo há pelo menos um ano e a decisão não foi influenciada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia. “Foi decidido antes disso. Eventualmente o conflito agravaria [os problemas do acordo], porque eles têm muita tecnologia que é compartilhada entre a Rússia e a Ucrânia. Foi uma questão muito mais de entender que essa cooperação não chegaria àquilo que o Brasil quer”, disse o ministro.

Aldo Rebelo afirmou que o acordo com a Ucrânia não era mais comercialmente viável. “Era um acordo comercial para o Brasil, junto com a Ucrânia, financiar a construção de foguetes e buscar, ou com satélites próprios ou comprando satélites, prestar serviços a terceiros países que queiram lançar satélites em órbita”, informou Rebelo.

“Vamos disputar esses lançamentos no mercado, porque Ucrânia, França, Alemanha, China, Rússia e os Estados Unidos têm bases de lançamento, satélites e foguetes. Para competir, o preço do seu foguete tinha que ser suficientemente competitivo para que os países optassem por fazer seu lançamento nessa base”, disse Aldo.

O governo brasileiro já gastou mais de US$ 500 milhões na construção da base de Alcântara. Rebelo garantiu que esse dinheiro não será perdido. “As obras para essa finalidade perderam sentido, mas a estrutura que foi erguida, embora ainda não tenha sido completada, pode ser destinada para outra finalidade. Não é porque não vamos lançar esse projeto com a Ucrânia, que o Brasil vai deixar de perseguir a meta de lançar satélites da base de Alcântara.”]

Agência Gestão CT&I, com informações da Agência Brasil.