Centrais sindicais farão ato unificado no 1º de maio em Curitiba
Veja em Carta Capital:
https://www.cartacapital.com.br/politica/centrais-sindicais-farao-ato-unificado-no-1o-de-maio
Centrais sindicais farão ato unificado no 1º de maio em Curitiba
Veja em Carta Capital:
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A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, 8, em Guarulhos o deputado federal João Rodrigues (PSD-SC). A PF cumpriu o mandado de prisão expedido pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) após a decisão majoritária do Colegiado na terça-feira, 6, na qual foi determinado o início do cumprimento da pena.
João Rodrigues foi condenado em segunda instância a cinco anos e três meses em regime semiaberto por dispensa irregular de licitação.
Trabalhei por breve período, em 1983, na Imprensa Oficial do Estado de São Paulo até ser despedido por, segundo os meus algozes, eu ser petista (pasmem!).
Como se vê, a perseguição ao petismo (seja você petista ou apenas aparente ser) vem de longe.
Era governador de São Paulo Franco Montoro, que estava deixando o antigo MDB (agora o nome deve estar de volta) e ajudando a fundar o PSDB.
Em São Paulo, os tucanos estão há muito tempo por cima da carne seca, nadando de braçada.
Montoro não teve nada a ver com a história da minha dispensa. Aliás, sempre tive esse político paulista em boa conta, ou seja, ele era bastante correto, assim como sempre tive a mesma impressão de Mario Covas e de Fernando Henrique Cardoso, outros dois tucanos (só FHC está vivo).
Mas votar neles foi uma coisa de nunca fiz e nem me passou pela cabeça.
Era dirigente da imprensa o jornalista Audálio Dantas que este sim teve participação no meu defenestramento.
A história de minha dispensa não teve nada a ver com o meu suposto petismo. Nunca fui do PT e em momento algum disse o contrário. O que eu tinha era uma extensa ficha corrida de trabalhos com sem-terra, grupos indígenas e ribeirinhos – talvez tenha sido isso, mas…
… o que causou incômodo foi minha posição em defesa da participação de nós, os empregados, na diretoria da empresa.
Como se vê, mantenho-me anarquista, como sempre – e de família -, coisa que os tucanos não engoliram e nem aceitaram.
E o Maluf?
Essa história, porém, tem pouca importância no contexto da época, ou no julgamento de José Dirceu (“Mensalão do PT“ – antes que alguém esqueça) ou na prisão, agora, de Paulo Maluf.
Maluf, ou o doutor Paulo, como algumas pessoas o chamavam, era um cara encantador.
Certa vez me mandou um cartão de natal diretamente de Paris, como se privássemos de intimidades e nos visitássemos mutuamente.
Já é batida a história de que Maluf considerasse Paris a “cidade luz” – como era e é conhecida – pela qualidade de sua iluminação pública
Maluf não é tão estúpido para chegar a essa conclusão.
Noutra oportunidade que eu o entrevistei, ele perguntou pela minha ex-esposa (na época ainda éramos casados e pelas minhas filhas) como se estivesse saudoso de vê-las (ele nem as conhecia).
Como todos sabem, são táticas populistas de aproximação (mostrar intimidade com o interlocutor – com os jornalistas, por exemplo, como é o meu caso).
A imprensa oficial do estado de São Paulo, durante o governo biônico de Paulo Maluf, foi palco de uma das maiores trapaças política da história do Brasil.
De olho na eleição indireta para a presidência da República, que ocorreria em 1985, Maluf, nos finais de 1982 (na volta das eleições direta para governadores), colocou a imprensa oficial do estado de São Paulo a disposição de candidatos mais conservares e alinhados com os militares, que iriam concorrer à eleição de 82.
Foram confeccionados milhões de santinhos, carteiras, cédulas etc.
A vã esperança de Maluf era que os governadores apoiados (e supostamente vencedores) convencessem as suas bancadas na câmara e no senado a ajudá-lo derrotar Tancredo Neves.
O então governo paulista de Montoro, que sucedeu a Maluf, abriu sindicância para apurar o acontecido, e a bomba acabou estourando na primeira instância (justiça) em São Paulo.
Maluf se safou exatamente porque não havia nenhuma mísera assinatura, nenhuma ordem de serviço sua pedindo a confecção da tal panfletagem.
Sobrou obviamente para quem estava abaixo dele, ou seja, para o presidente da empresa e para mais um ou outro diretor e funcionário.
Ou seja, embora Maluf tivesse pleno domino do fato daquilo que estava sendo feito, acabou por escapar ileso.
Hoje, por outras razões, Maluf está sendo preso (veja aqui, por exemplo, https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2017/12/20/defesa-de-maluf-recorre-a-juiz-do-df-para-pedir-prisao-domiciliar.htm).
Maluf tem uma ficha corrida extensa, e já foi ídolo dos paulistas, assim como o são agora os tucanos e especialmente Geraldo Alckmin, também hoje envolvido em fraudes licitatórias.
Já José Dirceu acabou cadeia por conta do “Mensalão do PT” (“domínio do fato”) o que não aconteceu com Maluf.
Os tempos mudam, mas a estupidez da justiça permanece.
Não tenho a menor ideia do que acha Fidel Castro a respeito de Ernesto Che Guevara. Tenho pra mim, sem conhecer “as profundidades das coisas”, que, de Che, “El Comandante” tenha a melhor das impressões e das lembranças.
Com a personalidade que tem, Fidel não deve se sentir constrangido por Che ter “mais nome”, “mais fama” internacional que o revolucionário que mudou e moldou o futuro de Cuba, e, consequentemente, do continente americano, e, por que não?, do mundo.
Deve (ou deverá no futuro) ter esse mesmo desprendimento o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com relação a José Dirceu.
Zé Dirceu é figura impar nas lutas contra a ditadura militar e na fundação e delineação do Partido dos Trabalhadores.
Como o próprio Fidel já disse, mais cedo ou mais tarde Zé Dirceu também dirá: “la historia me absolverá”.
Mensalão
Acompanhei como poucos o julgamento da AP 470 (o “Mensalão do PT”) desde o seu nascedouro até, a rigor, agora; julgamento que teve como figura central José Dirceu.
Foram mais de 30 textos que podem ser encontrados nos blogues http://afalaire.blogspot.com.br/ e https://afalaire.wordpress.com/.
Destaco, pela sua previsibilidade e antecipação dos fatos atuais:
Sábado, 12 de março de 2011 – No meio do sapato tem uma pedra…
Quarta-feira, 3 de outubro de 2012 – MENSALÃO: Freud e Einstein explicam
Quarta-feira, 24 de abril de 2013 – MENSALÃO: Novo julgamento vem aí?
Em síntese o que esses textos todos dizem é que parte considerável da população brasileira esperava ver José Dirceu sair do STF condenado, algemado, exposto em praça pública, decapitado e ter partes de seu corpo (esquartejado) expostas em praça pública.
O sentimento permanece, e já que o STF apenas o condenou e o remeteu à Papuda, que as redes sociais façam o resto (e estão fazendo).
É o ódio!
O Zé
José Dirceu comandou a resistência estudantil ao golpe militar de 1º de abril de 1964. Liderou as esquerdas nas batalhas da rua Maria Antônia, entre a estudantada da Filosofia da USP e gente do Mackenzie, da Universidade do Largo de São Francisco e do CCC (Comando de Caça aos Comunistas).
Preso no Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Ibiúna/SP (1968), o Zé foi condenado e posteriormente libertado graças a uma troca feita pelo regime; foi para Cuba, de lá para a Europa, voltou ao Brasil clandestinamente, não sem antes fazer uma plástica no rosto, fixou-se em Curitiba/PR, onde foi comerciante… bem… de lá para cá todos conhecem sua história.
A batalha
Historiadores, filósofos e cientistas sociais ainda terão muito que escrever e refletir sobre os confrontos estudantis na Maria Antônia, em 1968, mas de antemão é válido dizer que se tratou de escaramuças que antecipam o Brasil atual, colocando, de um lado, uma vanguarda progressista e, de outro, um contingente enorme de gente que compõem um Brasil antigo, conservador, arcaico e, por que não?, escravocrata e elitista.
Não por acaso, como tem acontecido amiúde desde o início do século 20, a batalha aconteceu na cidade de São Paulo (não haveria outro palco melhor para que acontecesse).
O ódio (1)
Assim como Che (que abandonou uma vidinha modorrenta de médico classe média na Argentina), o mineiro José Dirceu também deixou “o aconchego do lar pequeno-burguês” para se envolver em um sem-número de escaramuças que o levaram, três vezes, à cadeia.
Se ele “roubou” ou deixou de roubar essa é uma história para ser contada em novo julgamento a que será submetido.
Do Mensalão o que ficou é ter sido conivente e estimulador do imbróglio.
Do Lava Jato há que se ver ainda.
Após a sua prisão de ontem, parte do PT (aquela partinha pior do restinho que sobrou) tem insistido na tese de que a prisão de Zé Dirceu é trama dos procuradores paranaenses visando alavancar os protestos que virão contra o governo petista no próximo dia 16 de agosto.
Ou um caminho para atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ou uma estratégia para dinamitar o partido e preparar a volta dos tucanos à presidência da República.
O ódio (2)
Argumentos prosaicos e pobríssimos!
Vá lá que existam pessoas que possam até estar pensando em algumas dessas hipóteses, mas a questão fulcral de José Dirceu é uma só: JOSÉ DIRCEU.
Como admitir, num país conservador e ainda arcaico, um ponto fora da curva?
Como imaginar que se possa viver (em paz?) num país onde exista uma figura como José Dirceu, e ainda com poder?
O ódio a José Dirceu está embasado em algumas premissas facilmente detectáveis:
– inveja;
– medo;
– despeito,
– incompetência;
– inapetência.
Resumindo a história: há quem faça algum tipo de coisa (certo ou errado, e seja lá por qual razão), e há quem não faça absolutamente nada, e tema que o “fazedor de coisas” escancare e desnude a mediocridade na qual essa gente, medíocre e conservadora, está submersa.
É por isso que José Dirceu paga, e vai pagar pelo resto de sua vida.
Justiça
Por respeito às pessoas que leem este blogue e, eventualmente, acompanham postagens avulsas que faço nas redes sociais (Facebook) repito aqui o que por lá publiquei ontem.
SITUAÇÃO DE ZÉ DIRCEU É DELICADÍSSIMA
A nova prisão de José Dirceu e uma possível condenação em futuro próximo poderão colocá-lo anos na cadeia.
A prisão de hoje anula o cumprimento em liberdade da atual pena (Mensalão).
Zé Dirceu temia ser preso antes da passagem do ano.
Em 2015 entrou com dois habeas corpus, ambos recusados.
A acusação é que ele foi o articulador do escândalo do Lava Jato.
Isso encosta o problema na administração de Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi chefe da casa civil (2003-2005).
PUNK!
AGU-DE-CAROÇO
Se alguém ainda não conhecia o significado de angu-de-caroço acabou de descobrir nesta segunda-feira, 3 de agosto de 2015.
ZÉ DIRCEU: EU NUM DISSE?
No meio da tarde, contestando o que diziam alguns militantes, ou seja, que era absurda a prisão de José Dirceu, posto estar ele cumprindo prisão domiciliar, em Brasília, por conta do Mensalão, dizia eu:
“Uma coisa tem nada a ver com a outra.”
E o que diz agora à noite o ministro Roberto Barroso, negando o pedido para que José Dirceu cumpra a prisão preventiva na Capital Federal?
(…) a “decretação da nova previsão preventiva, por motivo distinto do caso” (em que o ex-ministro já cumpre pena) “não requer consulta ao tribunal ou sua autorização”.
E mais: que a transferência é justificável “na medida em que é lá que se encontram em curso as investigações envolvendo as condutas imputadas ao sentenciado”.
Deferindo o pedido da justiça do Paraná, Barroso colocou (Zé Dirceu) “à disposição do juízo da 13ª Vara Federal” de Curitiba.