
Michel Temer e sua equipe – especialmente Henrique Meirelles – estão festejando (mesmo que discretos) a retomada da economia a níveis, digamos assim, civilizados, sem aquela gastança desenfreada dos petistas Lula da Silva e Dilma Rousseff, que imbricaram o País numa crise que não tem precedentes na história brasileira.
Talvez não seja muito para festejar e para contar antecipadamente vantagens.
O Brasil ainda deve registrar uma inflação por volta de 7,1%; a retomadas do emprego – se é que isso vai ocorrer – ocorrerá apenas no segundo semente e tanto indústria, quanto comércio, quanto agricultura, quanto os serviços continuam patinando em números pífios.
É correto dizer, a favor de Temer e de sua equipe, houve um consistente corte nos gastos públicos e uma boa recuperação das finanças do governo.
A questão no entanto é saber se isso é sustentável e quem se beneficiará “desses avanço”: todos, trabalhadores e empresário? Apenas o empresariado? Apenas os trabalhadores?
Aparentemente, tanto na reforma trabalhista quanto na da previdência, os trabalhadores estão perdendo a queda de braço, e (aparenta também) apenas de salvam (parcialmente) graças à persistência de Renan Calheiros, mas por motivos alheios aos interesse da classe trabalhadora.
Temer, às vezes, joga, inclusive, no time adversário (na sua aparente cegueira) ao permitir a participação internacional (em licitação) do monitoramento da Amazônia, o que enfureceu pesquisadores e a academia.
Não por acaso, Temer registra índices piores que os de Dilma Rousseff (9%), e só está se segurando no poder por dois fatores: (i) a maioria de população não quer assistir a volta do petismo ao poder e (ii) uma certa letargia (pró-Temer) tanto dos empresários, quanto dos meios de comunicação para os quais a experiência petista não pode e não deve ser retomada em nenhuma hipótese.
Some-se a isso tudo a desarticulação do Partido dos Trabalhadores, e se seus braços mais ativos, a CUT e o MST, que, apesar de toda a vantagem que contaram por antecipação, não conseguiram reunir em defesa do Lula mais que 5 mil militares, anteontem em Curitiba, a maioria deles, porém, do próprio Estado.